Cabeção, Freguesia do Concelho de Mora, tem 863 habitantes (2021) e 47,44 KM2 de área. Foi vila e sede de concelho entre 1395 e 1836. Foi fundada, ao que parece, pelo cavaleiro da ordem Militar de São Bento de Avis em data incerta. Achados feitos, como por exemplo fragmentos de talha, ânforas e moedas, são indicadores da presença de romanos em Cabeção que teve a sua origem numa quinta fundada pela Ordem de Avis, conhecida por “Quinta de São Salvador” ou do “Salvador do Mundo”, situada onde se ergue agora o Bairro João Lopes Aleixo.
Cabeção apenas teve a dignidade de vila no ano de 1578, recebendo foral por D. Sebastião nesta data, foi assim concedido ao povo o direito de gozar livremente do pinhal, podendo servir-se das terras e colher as pinhas.
De relevar que parte do território desta freguesia está integrada no “Sítio Cabeção” da Rede Natura 2000, como área proposta para fazer parte da rede Ecológica Europeia. A escolha desta área prende-se com o facto de possuir caraterísticas naturais representativas da biodiversidade do território português, como tal importantes para a conservação da natureza.
Cabeção é, nos dias que correm, internacionalmente reconhecida pela sua Pista de Pesca Desportiva, situada nas margens da Ribeira Raia, e também pelo seu vinho produzido artesanalmente, em pequenas adegas e nas tradicionais talhas de barro.
Lenda de Cabeção
Reza a lenda imemorável que ao fundo do Bairro João Lopes Aleixo existia um portão, tipo cancela, ladeado por dois pilares, que dava acesso a uma quinta, onde é hoje o cemitério.
Dizem que no chão junto ao portão havia um baú com libras de ouro, que teria sido deixado lá por uma Moura. Qualquer um poderia tentar a sua sorte e ir buscar o baú, para isso teria que, ao darem as doze badaladas da meia-noite, dar doze pancadas nos pilares, se o feito fosse concretizado aparecia a barriga das libras, caso contrário viria um toiro azul e não perdoaria a vida a ninguém.
Conta-se que ainda hoje lá mora o tesouro à espera de alguém corajoso capaz de enfrentar o toiro azul.