Pavia e Malarranha

Segundo um antigo prolóquio regional que não se deve estar em Mora nem uma hora, em Cabeção nem um serão e em Pavia nem um dia. Com isto, ao que parece, se quis dizer que das três vilas Pavia seria a melhor. Pavia é uma freguesia do Concelho de Mora, com 185,28 KM2 de área e 715 habitantes (2021). Foi sede do Concelho entre 1287 e o início do século XIX. A freguesia de Pavia é atualmente composta por duas povoações, Pavia e Malarranha, situa-se a cerca de 5 km de Pavia, onde se pode visitar a Igreja de Nossa Senhora de Fátima.

No século XVI  foi construído o edifício dos Paços do Concelho, onde atualmente se situa a Junta de Freguesia. 

O povoamento de Pavia remonta à Pré-História tal como demonstra as diversas antas presentes na zona, estando mesmo os restos de uma delas no centro da vila. Hoje transformada em capela dedicada a São Dinis, como forma de homenagem por ter sido este a dar o primeiro foral a Pavia em 1287. Os inúmeros registos megalíticos presentes na zona provam a antiguidade da Vila. Diz-se que as origens históricas deste agregado populacional, o mais antigo do Concelho de Mora, se ficaram a dever a uma colónia de imigrantes italianos chefiada por um certo Roberto, provenientes de uma região italiana denominada de Pavia, fixados a instâncias de D. Afonso III ou de D. Dinis.

A reforma administrativa da vila deu-se a 6 de novembro de 1836, integrando em Pavia os extintos Concelhos de Águias, Cabeção e Mora. Esta situação manteve-se até 17 de abril de 1838, altura em que a sede de Concelho passa a ser Mora.   

Esta é uma vila tipicamente alentejana que se encontra já bastante afastada do ribatejo. Está rodeada de paisagens a perder de vista onde se podem avistar pequenos pontos brancos dispersos entre sobreiros e azinheiras que são nada mais, nada menos, que os típicos montes alentejanos. 

Nesta vila viveram duas ilustres personalidades: Fernando Namora e Manuel Ribeiro de Pavia. Fernando Namora para além da profissão de médico que exerceu nesta terra, também escreveu sobre estas gentes e sobre as lindas paisagens que espreitam a vila de Pavia e deixou algumas das suas telas que retratam essas mesmas paisagens. Manuel Ribeiro de Pavia, foi outro grande homem pintor de excelência que deixou um museu com vários originais, que são visitados por inúmeras pessoas, na Casa-Museu Manuel Ribeiro de Pavia. Dois nomes sonantes que deixaram bem presente a marca das suas obras na vila e no Concelho.  

Lenda de Pavia 

Quem vai de Pavia para a Malarranha há uma ponte romana que dizem ter sido feita pelo diabo, numa noite. Tinha como ajudantes as bruxas e os diabinhos. Ora, quando começou a fazer a ponte, cantou um galo louro e o diabo disse: “com este não tenho agouro”. Continuou a fazer a sua obra e cantou o galo pedrês, e ele disse: “venham pedras, às duas e às três”. Passado um bom bocado, cantou o galo branco e ele disse: “com esse não me espanto”. Era quase de dia e a ponte estava quase pronta, e nisto canta o galo preto, e ele disse: “com este já não me meto”. E fugiu, deixando a ponte incompleta. Dizem que todas as noites ele tenta colocar as pedras que faltam, mas quando nasce o dia acha-se sempre a falta de uma ou duas”. 

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